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PESQUISA ARQUEOLÓGICA INTERNACIONAL NO MORRO DO OURO



Pesquisadores começam escavação no Sambaqui Morro do Ouro em Joinville 
Interessados podem acompanhar o trabalho a partir de segunda-feira, das 10h às 16h
19/07/2019 - 08h25 - Atualizada em: 19/07/2019 - 16h16

Por Redação AN
nsctotal@somosnsc.com.br

Pesquisadores realizaram o trabalho no bairro Guanabara, na zona Sul da cidade(Foto: Phelippe José/Prefeitura de Joinville)
A chuva fina que ocorreu na manhã desta quinta-feira (18/7) não impediu a instalação do campo de pesquisa internacional no alto do Sambaqui Moro do Ouro, que tem cerca de 5 mil anos, e fica ao lado da ponte do Trabalhador, no bairro Guanabara, em Joinville.
O doutor em arqueologia André Carlo Colonese pela Universidade de York, na Inglaterra, acompanhou pessoalmente a montagem das tendas. A escavação iniciou no período da tarde, processo em que serão separados materiais ósseos e líticos (pedras lascadas e polidas) para análises de laboratórios que serão feitas no Brasil e na Inglaterra. Estão envolvidos estudiosos da Univille (Universidade de Joinville), Museu Nacional do Rio de Janeiro e Museu de Sambaqui de Joinville.
— Esta pesquisa envolve várias universidades brasileiras e inglesas, mas não seria possível sem a parceria fundamental do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville e do setor de Arqueologia da Univille. Foram eles que fizeram um trabalho fantástico, que permite, inclusive, o envolvimento da National Geographic neste trabalho — destacou o professor, que fica no Brasil até a próxima semana.
A pesquisa quer entender melhor o processo de formação do sítio, se o sistema dos moradores era de caça e coleta ou se, de alguma forma, envolvia o cultivo, isto é, se produziam o próprio alimento. Colenese lembrou que o sítio, na verdade, é de um grande cemitério indígena, que foi formado por muitas gerações. Em escavações anteriores, foram encontradas várias sepulturas, entre os sedimentos.
De acordo com o doutor Colonese, exames patológicos ósseos e também do tártaro dos dentes dos indivíduos que estavam sepultados no local, e também de agentes patógenos, indicaram o consumo de plantas. Serão feitas análises de DNA dessas amostras e também a avaliação estatigráfica, para entender como ocorreram os depósitos sedimentares.
Até o dia 10 de agosto, trabalharão no campo de pesquisa dez arqueólogos e vinte estudantes voluntários. A trincheira a ser escavada tem 20 metros quadrados. A partir do dia 22 de julho, interessados em acompanhar as escavações podem comparecer ao local, entre 10 e 16 horas. A visitação estará aberta apenas depois de já terem decorridos quatro dias de escavação para permitir melhor visualização.
Onde começou a investigação
Segundo a coordenadora do Museu de Sambaqui, Roberta Meyer, além de peixes e frutos do mar, o consumo de outros alimentos era mera suposição, sem comprovação. Em 2007, a pesquisadora Verônica Wesolowski, da Universidade de São Paulo, descobriu por meio de análises no Sambaqui Morro do Ouro que esses povos também se alimentavam de amido e tubérculos como milho e cará.
A comprovação veio com investigação feita em 2016 pelo arqueólogo André Carlo Colonese pela Universidade de York. Ao analisar fragmentos de ossos de costela comprovou o consumo de vegetais. Agora, a partir da próxima semana, o trabalho será aprofundado e poderá colocar Joinville como referência em nova conceituação sobre os usos e costumes alimentares dos homens dos sambaquis.
Os trabalhos comandados por Colonese consistirão em escavações, coleta e bateria de análises de fragmentos, inclusive de DNA, para comprovação e identificação dos vegetais consumidos pelos sambaquianos da Mata Atlântica.
Os sambaquis em Joinville
Joinville, por sua localização próxima ao mar, é um dos municípios de Santa Catarina que concentram número expressivo de sítios formados por sambaquis. São 41 sítios arqueológicos em forma de montes, alguns com mais de 25 metros de altura, que contém, entre outros objetos, conchas, esqueletos humanos, pedras e ossos de animais e cerâmicas.
Durante o período de urbanização, muitos sambaquis foram destruídos. O material retirado dos sítios era utilizado para a fabricação de cal e para o calçamento de ruas. Somente em 1961 tais sítios arqueológicos foram tombados pela União, passando a ser considerados patrimônios históricos e culturais brasileiros.







Povos construtores de sambaquis tinham dieta sofisticada

Cáries são indício de que sociedades que viveram no litoral da Mata Atlântica tinham alimentação rica em carboidratos
Por  - Editorias: Ciências Humanas - URL Curta: jornal.usp.br/?p=210968




Restos de possíveis culturas incipientes e existência de cáries nos dentes dos esqueletos enterrados foram interpretados como indício de elevado consumo de carboidratos – Foto: Luis Nicanor Pezo-Lanfranco/via Agência Fapesp

.Sambaquis são formados pelo descarte de conchas e de restos de animais marinhos, acumulados ao longo de centenas ou de milhares de anos. Tais formações foram construídas entre 8 mil e mil anos atrás por povos que viveram no litoral da Mata Atlântica. A região tradicionalmente é vista como periférica aos primeiros centros de produção de alimentos na América do Sul, os Andes e a Amazônia.
Mas um novo estudo apresenta fortes evidências de que as sociedades que estariam por trás da construção dos sambaquis não eram caçadoras-coletoras comuns. O trabalho indica manejo ou cultivo de vegetais e uma dieta rica, com elevado consumo de carboidratos.
Os resultados do estudo, feito por pesquisadores do Brasil e do Reino Unido, foram publicados na Royal Society Open Science. O trabalho foi feito a partir de dados coletados nos sambaquis Morro do Ouro e Rio Comprido, em Joinville (SC).
“O alto consumo de alimentos ricos em carboidratos nesses dois sambaquis sugere que o sustento de suas populações estava baseado em uma economia mista. Uma economia que aliava a pesca e a coleta de frutos do mar com alguma forma de cultivo de plantas”, disse o bioarqueólogo Luis Nicanor Pezo-Lanfranco, do Instituto de Biociências (IB) da USP, primeiro autor do artigo, cujo estudo teve apoio da Fapesp.
Pezo-Lanfranco desenvolveu o estudo no Laboratório de Antropologia Biológica do IB, liderado pela professora Sabine Eggers em parceria com arqueólogos da University of York, no Reino Unido, e do Museu do Sambaqui de Joinville (SC).
De acordo com a visão tradicional da arqueologia pré-histórica na América do Sul, os caçadores-coletores que habitavam os sambaquis proveriam seu sustento primordialmente a partir da exploração de recursos marinhos. Tal ideia começou a ser contestada nos anos 1980, a partir do surgimento de evidências dando conta de que teria existido nos sambaquis uma economia muito mais diversificada.
A alta frequência e o grande volume de alguns sambaquis na costa sul do que é hoje o Brasil, contendo centenas de enterramentos humanos, são considerados evidências da alta densidade populacional, de arquitetura monumental e da complexidade social dos sambaquis durante o Holoceno Médio e Tardio.
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Foto: Luis Nicanor Pezo-Lanfranco/via Agência Fapesp

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Um dos principais indícios a sugerir a ocorrência de uma dieta mais variada nos sambaquis foi a constatação da existência de cáries nos dentes dos esqueletos enterrados, interpretada como decorrência direta do elevado consumo de carboidratos.
Outra pista importante foi a identificação – graças a escavações arqueológicas – de restos de possíveis culturas incipientes, como tubérculos (inhame e batata-doce), milho, palmeiras e anonáceas (a família da fruta-do-conde e da graviola).
O novo estudo tem base em evidências de patologia oral e em resultados isotópicos extraídos diretamente dos esqueletos. As análises revelaram o consumo inesperadamente alto de recursos vegetais, ou seja, de carboidratos, entre as populações que habitaram o sambaqui Morro do Ouro do litoral norte de Santa Catarina durante o Holoceno Médio (de 8 mil a 4 mil anos atrás).
O litoral norte do Estado de Santa Catarina tem a maior concentração de sambaquis da costa brasileira. Centenas de locais estão distribuídos em torno da Baía de Babitonga.
“Realizamos análises de saúde bucal e isótopos estáveis em esqueletos humanos de enterramentos nos sambaquis do Morro do Ouro e Rio Comprido, para desvendar seu comportamento dietético durante o Holoceno Médio e Tardio”, disse Pezo-Lanfranco.
Morro do Ouro tem sido um local importante na discussão da densidade populacional, saúde e doença, e variabilidade cultural e dietética na costa da Mata Atlântica durante o Holoceno Médio.
Escavações arqueológicas feitas no local nos anos 1980 obtiveram grandes quantidades de vestígios de fauna terrestre e marinha, artefatos, estruturas domésticas e enterramentos humanos.
Os vestígios da fauna incluem diversas espécies de moluscos, peixes e mamíferos terrestres, como paca (Cuniculus paca) e porco-do-mato (Pecari tajacu). Também foram achadas ferramentas de pedra polida e restos carbonizados de frutos de palmeiras.
Segundo Pezo-Lanfranco, no total foram encontrados 116 enterramentos humanos em várias expedições arqueológicas entre 1960 e 1984. A partir da datação do colágeno de ossos realizada por este estudo, sabe-se que o local foi ocupado entre 4,8 mil e 4,1 mil anos atrás, no Holoceno Médio. Análises de minúsculos restos de cálculo dentário realizadas por Verônica Wesolowski, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, em 2010, já tinham identificado amostras com batata-doce, inhame e frutos de palmeiras neste sítio.
No sambaqui Rio Comprido, distante 4 quilômetros, foram encontrados, na década de 1970, facas e machados de pedra polida, bem como 67 enterramentos humanos. O local foi ocupado durante duas fases. A fase denominada Rio Comprido 1 (RC1) se deu entre 5,6 mil e 4,3 mil anos atrás, no Holoceno Médio. A fase Rio Comprido 2 (RC2), entre 4 mil e 3,4 mil anos atrás, já no Holoceno Tardio.
Análises morfológicas feitas no estudo incluíram determinações de sexo e idade, bem como análises de patologia oral, de 70 indivíduos – 42 eram de Morro do Ouro (MO) e 28 de Rio Comprido (sendo 16 RC1 e 12 RC2). A análise de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio foi realizada em 36 indivíduos: 20 (MO) e 16 RC (sendo 9 RC1 e 7 RCI2) .
Utilizando 11 marcadores de saúde bucal, foram examinados 1.826 alvéolos e 1.345 dentes daqueles 70 indivíduos. Verificou-se que a maioria dos esqueletos analisados era do sexo masculino e tinha, em média, entre 20 e 49 anos no momento da morte.
“A frequência de cáries abrangeu entre 7,6% e 13,2% da amostra. É um resultado maior daquele que seria esperado entre grupos de caçadores-coletores ou pescadores e mais condizente com o padrão encontrado entre os primeiros fazendeiros do Holoceno Tardio de outras regiões, como os Andes”, disse Pezo-Lanfranco.
Resultados obtidos com dentes de caçadores-coletores do Holoceno Tardio na Patagônia, por exemplo, têm frequências de cáries entre 3,3% e 5,19%. Já amostras de populações sedentárias mais recentes da Patagônia registram frequência de 10,17%.
O tipo de cárie variou consideravelmente entre os dois sambaquis, mas diferenças estatísticas foram observadas apenas para lesões cervicais (extraoclusais).
A frequência de cárie oclusal foi alta nos dois grupos, variando de 53,7% (MO) a 70% (RC1) dos indivíduos analisados. A maior frequência de cárie de esmalte foi registrada em RC1. Por outro lado, MO teve a maior frequência de cárie extraoclusal.
Lesões cariosas têm sido associadas a dietas ricas em carboidratos fermentados e açúcar. Dietas com elevada quantidade de alimentos cariogênicos têm uma frequência aumentada de cárie e de cavidades extraoclusais em superfícies lisas dos dentes.
“Portanto, é provável que as pessoas do Morro do Ouro tenham levado uma dieta mais cariogênica e refinada, por exemplo, por meio do cozimento dos alimentos, quando comparada à do Rio Comprido 2”, disse Pezo-Lanfranco.
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Foto: Luis Nicanor Pezo-Lanfranco/via Agência Fapesp

.Carboidratos processados

Estimativas alimentares baseadas na análise isotópica de carbono e nitrogênio obtidos do colágeno de dentes e ossos revelaram a composição da dieta. A principal fonte de proteína foi o peixe, variando de um mínimo de 33% nos indivíduos de Morro do Ouro e de cerca de 87% a 90% em Rio Comprido 2.
Essas estimativas sugerem que o consumo de vegetais forneceu a maior parte das calorias em Morro do Ouro (em média 48%), seguido por peixe (44%) e, em menor grau, por mamíferos terrestres (média de 8%), provenientes da caça.
Os resultados obtidos com o colágeno dos indivíduos de Rio Comprido 1 indicam a pesca como principal fonte de calorias na dieta (em média 48%), seguida de vegetais (44%) e mamíferos terrestres (7%).
Pezo-Lanfranco observa que esses são porcentuais bastante similares ao verificado para Rio Comprido 2: peixe (48%), vegetais (42%) e caça (10%). Lembrando que todos os porcentuais citados são valores médios, podendo haver grande variação individual.
A principal fonte de proteínas entre os indivíduos de Morro do Ouro foi peixe (58% a 84%). Essa também foi a principal fonte de proteínas em Rio Comprido 1 (66% a 85%) e RC2 (74% a 83%). São estimativas ligeiramente superiores aos valores observados para grupos caçadores-coletores pré-históricos e contemporâneos.
“A alta proporção de cáries crônicas ou estáticas entre os indivíduos de Rio Comprido 1 sugere uma dieta menos cariogênica em relação ao Rio Comprido 2 e Morro do Ouro. Está possivelmente associada ao conteúdo de fosfato e cálcio presentes em dietas de origem marinha. É o que se espera de um grupo de pescadores”, disse Pezo-Lanfranco.
“Por outro lado, a maior frequência de cáries profundas e extraoclusais em Rio Comprido 2, e notadamente em Morro do Ouro, aponta para o consumo disseminado de carboidratos cariogênicos e processados, ou seja, plantas assadas ou cozidas. Em Rio Comprido e Morro do Ouro as evidências sugerem a existência de algum tipo cultivo de plantas, mesmo que incipiente”, disse.
O estudo aponta que a cárie cervical é o tipo mais comum de cárie extraoclusal em Morro do Ouro (29%) e tem sido associada ao consumo frequente de sacarose e amidos fermentáveis sólidos, altas concentrações de lactobacilos salivares e deposição de cálculo cervical com retração gengival.
“Frequências de cárie cervical em torno de 16% foram relatadas em caçadores-coletores do Pleistoceno do norte da África e interpretadas como os primeiros sinais de coleta e armazenamento sistemáticos de alimentos vegetais ricos em carboidratos”, disse Pezo-Lanfranco.
Nos agricultores andinos, a cárie cervical foi atribuída ao consumo de bebidas fermentáveis preparadas com mandioca, milho e outros alimentos ricos em amido. Estudos anteriores mostraram que sacarose, amido com sacarose, frutos e dextrose de amido, em ordem decrescente, estimulam a produção de cárie de superfície lisa e cárie cervical, enquanto altas quantidades de maltose e amido levam preferencialmente à cárie cervical.
“As dietas em Morro do Ouro eram provavelmente mais ricas em carboidratos cariogênicos do que aquelas em Rio Comprido e comparáveis com dietas de alguns povos agricultores da antiguidade”, disse Pezo-Lanfranco.
Os índices de desgaste dentário em Rio Comprido e Morro do Ouro foram os mais baixos entre os vários grupos de sambaqui estudados em outros locais. A dieta em Rio Comprido 2 parece ter sido mais abrasiva do que em Morro do Ouro. Em Morro do Ouro foram registrados vasos de pedra e pedras de moagem que podem ter sido utilizados na fabricação de farinha. Uma análise microscópica do fundo destas vasilhas ainda está pendente.
“Esta pesquisa coloca os neotrópicos no mapa dos centros mundiais de produção de alimentos da antiguidade. O litoral da Mata Atlântica tem sido amplamente periférico nessa narrativa, apesar de sua biodiversidade única e dos registros arqueológicos da densa ocupação humana desde o Holoceno Médio. O novo estudo desafia tal visão tradicional. Reunimos evidências bastante convincentes da ocorrência de dietas ricas em carboidratos entre os caçadores-coletores da região de Joinville há 4.500 anos. A confirmação de que se trata de sistemas de produção de cultivares e o estado de domesticação dessas espécies aguardam estudos futuros”, disse Pezo-Lanfranco.
O artigo Middle Holocene plant cultivation on the Atlantic Forest coast of Brazil?, de Luis Pezo-Lanfranco, Sabine Eggers, Cecilia Petronilho, Alice Toso, Dione da Rocha Bandeira, Matthew Von Tersch, Adriana M. P. dos Santos, Beatriz Ramos da Costa, Roberta Meyer e André Carlo Colonese, está disponível no site da Royal Society Open Science.
Peter Moon / Agência Fapesp


Croqui do sepultamento 10 do sambaqui Morro do Ouro com tr?s zo?litos (indicados por setas). Modificado de Tiburtius; Bigarela (1960)  

Croqui do sepultamento 10 do sambaqui Morro do Ouro com tr?s zo?litos (indicados por setas). Modificado de Tiburtius; Bigarela (1960)  


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