A mulher francesa teve um papel muito
importante na Revolução, com participação extremamente ativa, tanto na queda da
Bastilha quanto na invasão ao Palácio de Versalhes. Infelizmente o protagonismo
feminino quase foi apagado da historiografia sobre o assunto, vindo apenas
recentemente receber a devida atenção.
A participação da mulher foi vetada
na política durante o período revolucionário, mas isso não as impediu de
participar nas tribunas abertas ao público. Pauline Léon apresentaria em 1792
uma petição assinada por trezentas mulheres para que elas integrassem a Guarda
Nacional, tal pedido foi vetado, assim como seu direito ao voto.
Um dos acontecimentos mais emblemáticos
da participação feminina na Revolução, foi quando um grupo de mulheres, em 5 de
outubro de 1789 se reuniu em frente da prefeitura de Paris, protestando pela falta de pão, que na época era o
principal alimento do povo francês. Logo a multidão marcharia em direção ao
Palácio de Versalhes empunhando facas, lanças e revólveres. A grande massa era
formada pelas poissardes, as peixeiras dos mercados centrais. Eram mulheres
mais robustas, estavam acostumadas a carregar caixotões pesados e levavam
consigo enormes facas para descamar peixes, com certeza não era o tipo de
mulher para se mexer.
A notícia da aproximação da multidão
logo chegou ao Palácio e aterrorizou a todos, principalmente Luís XVI e Maria
Antonieta. Pela manhã o movimento somava 20 mil pessoas, exigiam que o rei se
mudasse para Paris, saindo assim do seu isolamento. O rei demorou para decidir,
como era de praxe, tinha dificuldades para tomar decisões, o que enfureceu
ainda mais o povo francês. Destacamos que esse passo importante rumo da
Revolução Francesa foi iniciado pelas
mulheres.
A demora do rei em atender a
solicitação do povo causou a ira dos insurrentos. As mulheres invadiram o
Palácio de Versalhes, a procura da rainha, que era odiada pelo povo francês. A
fúria delas foi tão grande que mataram , empalaram e decapitaram os guardas do
Palácio. Estavam dispostas a fazer o mesmo com a rainha. Momentos antes Maria
Antonieta conseguiu sair do seu quarto e ir para o de Luís XVI, pouco antes da
chegada delas, que destruíram a cama da rainha.
A família real percebeu que realmente teriam que mudar para Paris, ou
seriam massacrados. Decidiram assim, atender a vontade do povo para preservarem
as suas vidas.
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